quinta-feira, abril 19, 2007

Válvula de escape

Em função deste turbilhão de acontecimentos e emoções, estava muito propenso e conformado em abandonar este Blog - não em definitivo, mas deixá-lo de lado um pouquinho esperando momentos mais felizes. Afinal, um dos motivos para o qual este foi criado foi de dividir com vocês (tem alguém aí?) as delociosas experiências que tive, tenho e terei com a minha filha - de quebra, respeitando as diferenças, um pouco da visão masculina do casamento (sem generalizar, pois nem toda visão masculina é masculina como a minha) .
Sei que todos nós mudamos a cada dia. Somos resultado de interferências que modifica nossas idéias, objetivos, referências de vida e valores a cada minuto que passa - a cada passo no ponteiro. Mas quando algo mais forte e intenso acontece (como, no meu caso, a morte do meu filho e, desenrolando a meada, o cancer da minha esposa) é como se a vida recebesse uma dose cavalar de um catalisador que faz tudo acontecer mais rápido dentro da nossa cabeça - ao menos da minha.
Como tenho que continuar comendo, pagando contas e escola, tenho que conciliar tudo isso com o trabalho - com a menor interferência possível. Se eu fosse um "funcionário público" (sem ofensas, por favor - é apenas uma metáfora) com trabalho burocrático seria mais fácil: carimba, vira folha, carimba, vira folha... - mas como trabalho com criação/cabeça confesso que o trabalho fica mais sensibilizado.
Além disso, penso mas ainda não posso (ou talvez possa, mas não queira... não sei. Freud explica...) voltar para a análise resolvi agregar a este Blog mais esta respeitosa função - de válvula de escape - de conversar, botar pra fora e até mesmo, com o perdão da palavra, vomitar um pouco de tudo isso que eu estou passando... (afinal, quando algo nos faz mal, a solução é botar pra fora...)
"Mudando o foco" corro o risco de perder leitores... mas já corri tantos riscos e tive tantas perdas nestes últimos meses que acho que tudo isso faz parte da vida mesmo...

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