Resolvi trocar de emprego. Decidi e pronto. Cansei desse negócio de empresa própria. Cansei de problemas burocráticos. Cansei de preocupações que nada tem haver com o que eu escolhi pra trabalhar, que é criação publicitária.
Resolvi então rever minha pasta e colocar o pé na estrada. Meio lá, meio cá - vou equilibrando a coisa até arrumar algum emprego que me permita sair de uma vez por todas do meu escritório.
Recomeçar, ligar, marcar entrevistas. E só quem é publicitário sabe quantas "pérolas" pode se encontrar por aí, pelas agências de publicidade. Publicitário já tem fama de egocêntrico, mas o pior é que é verdade. Claro que muita gente se salva, mas tem cada publicitário estereotipado clássico que nos recebe para ver e "avaliar" o nosso trabalho que não é brincadeira. Mas tudo bem, tudo isso faz parte do jogo.
Agora nada se compara àquela velha pergunta:
- Tá, mas qual a sua pretensão salarial?
Pra mim, essa é a pergunta mais difícil de ser respondida. Principalmente quando se está precisando. Jogar pra cima e espantar, ou jogar pra baixo e se desvalorizar - correndo até o risco do cara aceitar a proposta. Aí você já começa a trabalhar insatisfeito.
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