Centro da cidade

centro da cidade é mesmo um local insuportável.
Não há vagas para estacionamento.
O fluxo de pessoas é sempre contrário ao seu destino, ou seja, temos sempre que estar desviando dos mal educados - o que piora em dias de chuvas com o perigo dos guarda-chuvas assassinos, mesmo debaixo das marquises secas.
Devemos estar atentos e desviar dos milhares de trabalhadores do setor informal - leia muambeiros made in paraguay, vendedores gritando sem parar "PORTA CDS, PORTA CD", e ambulantes com todo o tipo de mercadorias lícitas e ilícitas pelas calçadas.
Devemos também estar alertas ao grupo de guardas municipais - vulgo RAPA - que tentam combater bravamente a legião de trabalhadores citada acima. Quando eles aparecem é uma correira geral e todos os ambulantes desaparecem, deixando as calçadas um paraíso!. Assim que eles viram a esquina, os ambulantes voltam na mesma velocidade em que sumiram e tudo volta ao anormal.
E o pior - os pombos. Aquelas criaturas horríveis, sujas e doentes, que já acostumadas com o vai-e-vem infernal, não têm o menor respeito por nós, pessoas comuns. Andam na nossa frente na maior cara-de-pau, ciscando lixo e decolando para vôos rasantes em nossas cabeças e defecando em nossas roupas (não sei como pode ser esse animal um símbolo de paz.) Li uma vez um cartaz (sensacional) que dizia: mantenha a cidade limpa - mate um pombo. Um dia ainda vou dar um bico (chute, no pop. bras.) num pombo - acho que será um dos dias mais felizes da minha vida, mas corro o risco de ser processado por alguma ong de defesa dos animais.